Inhotim


De taxi eu fui até a rodoviária de BH e peguei um ônibus da Empresa Saritur (o único) com destino exclusivo para o Inhotim que fica em Brumadinho. Este ônibus sai às 9h e retorna para BH no fim da tarde, se faz necessário manter a atenção no horário por pena de perdê-lo na menor distração entre uma obra e outra. Conclui que o ideal é ficar em Brumadinho para desfrutar deste imenso parque de obras de arte a céu aberto com tranqüilidade.
Logo na entrada fiquei curiosa e encantada com 3 fusquinhas coloridos. Como eu uma ceramista graduanda em artes e em eterno conflito com as questões das artes contemporâneas digeriria tal visão?
O ano era 2009, me vi então, colocada diante da questão do caráter das representações artísticas e a própria definição de arte.
Nenhuma obra adquire valor sem o observador e a melhor definição de arte, obra e observador eu só teria um ano após esta visita num papo informal entre amigos onde alguém disse: “ é a arte que conta a história do seu tempo sem a preocupação de ser original e com mais liberdade de expressão, pois já não fazem mais parte da preocupação dos artistas representar questões religiosas ou políticas, e por isso mesmo, estas representações podem ser feitas sem compromissos que o limitem...”.

Havia um grupo sendo guiado, me aproximei para ouvir que a obra do artista Jarbas Lopes (Troca-Troca) “teria sido concebida em uma viagem feita pelo artista e alguns amigos do Rio a Curitiba em três fuscas, que andavam sempre próximos uns aos outros conectados por uma rede de som comum e suas cores originais eram amarelo, vermelho e azul, mas tiveram suas portas, capô e porta-malas trocados entre si tornando-se todos coloridos e na chegada, os carros fizeram parte da exposição que inaugurou o Museu de Arte Contemporânea de Curitiba”.

Daí em diante percorri, no mineiro quente domingo de novembro, entre obras e galerias sem mais me preocupar com teorias ou definições.

Comentários

  1. Que legal...bacana esta definições..
    hj um seguidor me escreveu o seguinte:
    Jorge Pimenta disse...
    querida amiga, é fácil deixar/apagar pegadas, mas difícil caminhar sem tocar no chão. só os deuses e o artistas concebem projectar a vida acima do chão da mortalidade. como tu, com esta obra que a invoca acima do próprio nome.
    Achei tão interessante..

    Peinha..pode postar onde quiser.é uma honra.
    Estava com saudades.
    bj
    Ma

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  2. Lindo lindo lindo... As boas palavras acariciam a alma... Lindo.(Vou adicioná-lo...rsrs...)

    Maaa obrigada ;) então passa lá pra ver seu post e ver se gostou... deixei o link no seu blog;)
    Bejo
    Peinha

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  3. Sabe Peinha, eu sempre fui muito arteira , mas sobre a história da arte eu não sou muito boa, mas tenho certeza que vou aprender muito com você.
    Muito bom esse post.
    bjs

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  4. Puxa Paula me senti lisonjeada, mas eu é que tenho muito a aprender ou apreender.
    De qualquer forma a intenção é trocar impressões e eu fico verdadeiramente feliz quando alguém lê.
    Super Obrigada
    Peinha

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