... E a lógica vai se tecendo...

Cubo Vazado - Franz Weissmann

Posso afirmar que uma ruptura se processou em mim durante o ano de 2006, tão recente alguns diriam, mas assim como a famosa frase de Heráclito que diz: “Um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio, porque o homem e nem o rio serão os mesmos.” Posso relacionar com a questão do conhecimento. Saiba ela é irreversível!

A História da Arte é uma disciplina fundamental na formação de um artista acadêmico ou mesmo autodidata, pois em algum momento ele irá se identificar com um dos movimentos. Mesmo que a pessoa em questão seja possuidor de uma personalidade rebelde, contestador... Ainda assim será sua formação e leitura o responsável pelas suas identificações, não importa em que plano neste mundo ou época, algo o tocara profundamente, o identificará com o outro. Aconteceu comigo! Mas eu faço um parêntese para falar da história de Franz Weissmann (1911-2005) contada por ele mesmo em depoimento ao projeto Circuito Atelier tendo como interlocutores: Marília Andrés Ribeiro, Fernando Pedro da Silva e Fernando Ortega

“Conheci o Oteiza aqui no Brasil, numa exposição da Bienal de São Paulo, e achei uma grande afinidade entre o meu trabalho e o dele. Meu trabalho era tão parecido com o dele, esteticamente falando, que levei até um susto. Ele também fazia esculturas construtivas e nós seguíamos o mesmo caminho.”

O Fernando Ortega complementa dizendo: “ O Oteiza, assim como o Franz, tinha se proposto a desarticular o cubo, ele cortava o cubo seguindo um processo diferente, mas a idéia era a mesma. Em 1948, o Franz já estava se propondo a colocar a escultura apoiada em três pontos, tocando o mínimo no chão. E o Oteiza estava na Espanha, escrevendo um texto e dizendo que toda boa escultura deveria estar apoiada em três pontos. Foi uma enorme coincidência que surpreendeu os dois. Depois, chegamos a conversar com o Oteiza e ele contou a mesma coisa que o Franz. Quando ele chegou no Brasil levou o maior susto quando viu uma outra pessoa fazendo as mesmas idéias. As diferenças são poucas, existem trabalhos desse período que a gente olha e não consegue distinguir qual é do Franz e qual é o do Oteiza.”

As idéias estão no ar e nem o tempo ou a distância geográfica podem impedir que os acasos ocorram। E é o acaso que vem entrelaçando as minhas idéias a partir de 2006.


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